Fugirias

Se te sussurrasse todas as minhas loucuras
Nem metade delas ouvirias.
Se te gritasse metade das minhas loucuras
Deixaria de te ver.

Pânico

Respira... Respira...

De sonho a mágoa se forma,
De sonho a saudade entorna,
De sonho desesperas na desilusão.

Respira... Respira...

O coração grita silenciosamente
A cabeça raciocina tortuosamente
E tu vais e vais e vais...

Respira... Respira...

Sentes-te perdido na multidão
Só ouves a tua respiração
E tremes, choras, foges!

Respira... Respira...

A dor engole o grito,
A dor engole o choro aflito
O sangue esconde-te o caminho.

Respira... Respira...

Largas tudo do teu olhar
Perdes aquele cintilar,
Perdes a chave da alma...

Respira... Respira...

Se te dissesse que não há cura?
Acreditavas nessa loucura?
Não!

Respira... Respira...

Se de sonho é feito o Homem
Então sonha com a viragem
Sonha...

Respira... Respira...

E se não encontrares nada
E se não afastares essa mágoa
Vem.

Respira... Respira...

Vem comigo
Esquece tudo, esquece o perigo
E sonhamos juntos.

Respira... Por favor... Respira...

Nothing is wrong

Então... Olá, curiosa personagem.

Poderia dizer-te que estou bem, que estou feliz e que a minha vida é perfeita, contudo estaria a mentir com todos os dentes que tenho na boca. 
Existem vidas perfeitas? 
Possivelmente, mas não é realmente importante agora. No fundo, talvez cada vida seja perfeita à sua maneira.
Eu estou em baixo, nervosa e tudo parece contribuir para este meu estado deplorável. Se disser que choro todas as noites poderás achar que se trata de algo curto, mas trata-se de um choro que retorna em vários momentos da noite... Não considero saudável, não é aquele tipo de que se pode dizer "lava a alma e o coração acalma", é exatamente o oposto.
Não penses que te quero transmitir uma imagem de criança abandonada, ou que a minha vida é um total martírio, porque também existem momentos positivos, talvez em maior quantidade que momentos negativos, mas é tudo muito relativo quando te vais abaixo; a perceção do mundo, quando não sabes o que fazer, é de que tudo te vai atacar na primeira oportunidade que surgir.
Sinto-me como uma pessoa indefesa à deriva num oceano revoltado e angustiado, que numa agitada atividade tenta descobrir quem é, para onde deve dirigir a corrente e o que fazer dela.
Todos os dias sinto como se merecesse O Óscar, o maior de todos, e digo-o apenas porque eu represento todos os dias, afim de tentar proporcionar um bom ambiente aos outros, esquecendo que necessito de encontrar um para mim. 
Repito, não interpretem mal este texto, não estou em busca de pena; odeio quando sentem pena de mim, ou quando se sentem obrigados a estarem à minha volta apenas porque sim, eu não quero ser um fardo, eu quero apenas encaixar-me e, para isso, necessito de transmitir, de alguma forma, os meus sentimentos ao mundo.
Sabes, dói quando a tua mãe te insulta, ou o teu pai, eles deveriam amar-te mas, se calhar, isso acontece só nos contos de fada; lá encontramos muito amor, é tudo muito mais perfeito, é provável que me tenha deixado afundar na ilusão. A realidade é algo para o qual ainda não estou preparada; eu gosto das minhas regras, da minha vida, dos meus planos...  mas os adultos complicam.
Enfim...
O que interessa é olhar para as pessoas e dizer "Não há nada de errado"

Pensamento do dia

I believe in a happy ending.

Desabafo

Sinto-me mal, quero chorar, mas não posso sabes?

Não posso porque, simplesmente, os outros têm mais em que pensar do que nos meus problemas.

Eu não ando bem, mas não sei porquê... Foda-se, queria andar alegre, nem em casa posso chorar. E ninguém nota; ou talvez até note e eu não tenha coragem para falar, porque penso que é insignificante comparativamente aos problemas dos outros.

Já não consigo falar com o meu melhor amigo, nem com os amigos mais próximos, todos andam com problemas, todos andam tristes, sinto necessidade de os ter junto de mim, que eles me dêem apoio, mas para quê massacrá-los quando já têm tanto que pensar? :c

Preciso de mimos, não apenas da família, mas de todos.

Doí tanto. Tenho um nó na garganta. É tanto para pensar, tanto para digerir.

Também te sentes assim?

Tento esquecer, mas é difícil, a dor é muita e eu sou tipo "esponja", absorvo todo o tipo de sentimentos dos outros e depois "lixo-me". Se calhar esse é o meu problema, não consigo ajudar sem absorver, mas não quero deixar de ajudar; acho que isso sim me ia fazer ficar mal.

Sou tão confusa...

E depois quero pedir mimos, mas não quero preocupar ninguém e, se peço sem explicar, "rejeitam-me".

Sinto-me incapaz. Não faço anda bem sabes?

Eu sinto isso, mas não encontro argumentos válidos para o confirmar.

Adorava sorrir (mas a sério sabes?) ultimamente não tenho sorrido de maneira contínua, só em um ou outro momento. 

Tenho tido ataques de choro. 

Esta não sou eu. Não sei o que mudou.

Enfim, foi só um desabafo.

Amigo

Sabes aquele amigo que adoras imenso, talvez até tenhas mais que um, como eu; adoras cada um de maneira diferente e ao mesmo tempo de maneira muito semelhante, porque eles são algo importante na tua vida.
Aquele amigo, às vezes, tem problemas graves e tu sabes e ajudas para que toda a situação melhore, mas, de um momento para o outro, ele muda. 
Não é que ele não te dê valor porque ele dá, ele sabe que o ajudaste e ele está te grato por isso, contudo não é o mesmo.
Perguntas uma infinidade de vezes o que aconteceu, embora saibas a óbvia resposta. 
No fundo, tu estás apenas chocada e não queres acreditar que ele decidiu tornar-se frio e desligar os sentimentos assim num "clique". Claro que reconheces que a vida dele não é fácil e que não é justa, como ele havia dito; mas preferias que tivesse sido diferente e que a pessoa fofa que ele era não desaparecesse. Para o bem dele, primeiramente.
Tens medo por ele e que ele deixe de falar contigo, sentes-te egoísta por temeres também por ti, admites que tens medo de ficar sozinha, que estás frágil e que precisas de um sorriso dele, tal como dos outros, porque cada um deles tem um sorriso diferente e especial.
Por mais que praguejes contra os sentimentos eles vão sempre existir, com maior ou menor relevo na tua vida, e são importantes. Amar doí, mas quantas vezes não sorriste a pensar na pessoa por quem estás encantada e te sentiste a pessoa mais feliz do mundo inteiro? Quantas vezes não choraste de felicidade? Ou gritaste de alegria? E sentiste a euforia de estar vivo, com a adrenalina a correr-te nas veias?
Um sorriso e uma lágrima têm poucas coisas diferentes, são aquilo que te fazem sentir humano e não um bloco de gelo.
E talvez tu não sintas nada disto, talvez seja apenas eu que estou a procurar uma desculpa para o meu sentimento egoísta e preocupado.
Ele sabe o quanto o adoro, mas se ele está desprovido de sentimentos como diz valerá isso de alguma coisa?
E esquecendo o meu pavor à solidão, ficará ele mais feliz sem algo que o faça sentir humano? Quererá mesmo que eu o deixe tornar-se num bloco de gelo?
Às vezes, imagino se sabe quantas lágrimas deito a pensar nele, ou em todos os meus amigos que estão mal. Se algum deles sabe o quanto sofro por eles. Não que isso tenha importância.
Também imagino quando ele chora, se precisa de um abraço naquele momento ou se, pelo contrário, prefere ficar sozinho.
É verdade, a vida não é justa em alguns momentos, mas devíamos sorrir, ou tentar. Se nos agarrássemos uns aos outros seriamos todos mais felizes. Concordas?

Pensamento do dia

Aproveita porque, de um momento para o outro, tudo pode deixar de fazer sentido.